Oi, gente!
Hoje temos resenha de A Moreninha, Joaquim Manuel de Macedo.
Título original em português brasileiro: A Moreninha
Autor: Joaquim Manuel de Macedo
Páginas: 160
Editora: Ciranda Cultural
Sinopse
Obra de caráter metalinguístico, retrata a historia de Augusto, rapaz inconstante que aposta com seus amigos que não ficaria apaixonado por mais de quinze dias por mulher alguma. Seu castigo, caso perdesse a aposta, seria escrever um romance para seus amigos.
Resenha
É um romance de época mais para o ponto de vista masculino. Leve, divertido e romântico, encontramos no livro um jovem estudante de vinte anos chamado Augusto e seu jeito de se apaixonar por várias moças ao mesmo tempo, mas sem se dedicar a nenhuma delas exclusivamente.
Certo dia, seu amigo Filipe convida-o para passar alguns dias na Ilha de... (o autor não revela qual ilha) junto com mais outros amigos e moças. No começo, nosso protagonista não deseja ir, mas é convencido por seus dois companheiros e ainda, acaba apostando, tendo como testemunhas seus outros amigos, que: caso Augusto perdesse, ou seja, amasse uma mesma mulher por mais de quinze dias e confessasse como apaixonado, este escreveria um romance; se ganhasse o acordo, quem sofreria tal pena seria o outro acordante, Filipe.
Dado é que os quatro vão à Ilha de... e somos apresentados a diversas pessoas, com destaque para irmã de Filipe, d. Carolina, mocinha de quinze anos, morena e muito travessa. Augusto não sentiu simpatia pela moreninha à primeira vista, achava feia e traquinas, mas aos poucos começou a olhá-la com outros olhos e sentia uma necessidade de aceitação por parte dela.
"Novo olhar, novo sorriso de aprovação de d. Carolina: novo prazer de Augusto por merecê-los." p. 39.
Porém nosso jovem de coração volúvel escondia um segredo, era esse fato que não o deixava se manter constante em um só amor. Ele já amava, desde os seus treze anos, uma linda menina de sete ou oito anos, e que havia feito uma promessa de se casarem quando crescessem. Tudo isso Augusto confessou à avó de Filipe, d. Ana.
"Mas, como ia dizendo, nós brincamos juntos, corríamos e caíamos na areia, e depois ríamos ambos de nós mesmo. Tínhamos esquecido todo o mundo, e pensávamos somente em nos divertir, como os melhores amigos." p.49.
E com a promessa infantil e mais a bênção de um senhor em seu leito de morte, que entregou dois breves*, um para o menino, com a esmeralda da menina dentro, e outro para a menina com o camafeu de Augusto em seu interior. O jovem guardava o objeto sagrado e a lembrança dela, chamando-a de "minha mulher", pois não sabia o seu nome e não a encontrando nunca mais.
Assim, o estudante vive o dilema da promessa, se ele está se apaixonando ou se cumprirá a espera da esposa do passado.
Foi uma leitura que apesar de ser bem romântico, com cenas fofas, houveram partes que me fizeram rir, e muito, além do narrador ser um pouco intrometido.
"São seis horas da manhã e todos dormem ainda a sono solto. Um autor pode entrar em toda a parte e, pois... não, não, alto lá! No gabinete das moças... Não senhor; no dos rapazes, ainda bem..." p.96.
Além do livro, em 1975, houve adaptação para novela de mesmo nome na Rede Globo, para quem tiver curiosidade aqui está o link[Wikipédia|https://pt.m.wikipedia.org/wiki/A_Moreninha_(1975)]. Eu ainda não era nascida, mas minha mãe falou que era muito boa.
*breve: escapulário.
Minha edição
É uma edição muito frágil, com folhas em papel jornal e capa mole. Isso não me incomodou de forma alguma, mas depois de um ocorrido, tive que tratar com muito mais cuidado, lembrando que sou desastrada e dormi com ele na cara.
Como podem ver nas fotos, o livro tem uns amassados que, desgraçadamente, fui eu a amassar, oh! Que dor no coração ao ver o estrago.
Há erros de gramática, mas creio que seja porque está ultrapassado e nossa língua mudou na forma gramatical de 1840 até os dias de hoje.
Não é muito difícil de se ler, há palavras que não se usam mais, mas deem uma chance, garanto que será uma experiência diferente.
Minha nota:🌟🌟🌟🌟
Muito engraçado, romântico, recomendo demais.
Então, até.
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